terça-feira, 16 de outubro de 2012

ane



o corpo estendido pelo sofá, uma das mãos encostando no chão. um gorgeio. ela vira a cabeça e pensa. passaria todas as horas a olhar aquela criança, suas mãozinhas gordas, os dedos tão pequenos, as unhazinhas minúsculas; dobrinhas no pescoço e punhos, bochechas cor-de-rosa, todo o desenho do seu rosto e pés e pés, os pés; o contar daqueles olhos enormes, cílios, tantos cílios!, como tantos cílios assim?, como tanta coisa terna assim? 
tanta coisa terna e triste assim.
não passa.




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