ele é a minha paz. essa cara redonda, os cabelos pretos, a pele braaanca e as bochechas rosadas como duas bolas de fogo. olhos puxadinhos que ninguém sabe de onde vieram. as dobrinhas na nuca, as mãozinhas gordas, os pés. e daí que tem dentinhos tortos? e daí? ninguém liga pra isso aqui, não. ele enche os colos por onde passeia, os colos dos homens, das mulhres, das crianças, todos querem inundar-se dele. as mulheres dizem 'como ele é bonzinho... ' (hoje mesmo enquanto eu me arrumava ouvi uma delas) e suspiram... (eu também suspiro...) e se derretem todas enquanto tecem suas previsões de um futuro que ninguém sabe. eu só sei que ele leva embora todas as dores, as cólicas, as costas cansadas, os ombros cansados. a contabilidade da vida geral, a profundidade do meu vinco entre as sobrancelhas, a tristeza daquelas flores no vestido de madeira. ela sempre se alegrava quando o via, soltava sua estridente risada característica, um hu-hu-hu-hu-hu esquisitíssimo, depois, dizia 'oooolha!' e abria os braços para recebê-lo, enquanto, sempre, sempre, perguntava 'quem é esse menino gordo?' esse menino gordo é a paz, querida. é a paz esse menino gordo.
quinta-feira, 16 de agosto de 2012
dele
ele é a minha paz. essa cara redonda, os cabelos pretos, a pele braaanca e as bochechas rosadas como duas bolas de fogo. olhos puxadinhos que ninguém sabe de onde vieram. as dobrinhas na nuca, as mãozinhas gordas, os pés. e daí que tem dentinhos tortos? e daí? ninguém liga pra isso aqui, não. ele enche os colos por onde passeia, os colos dos homens, das mulhres, das crianças, todos querem inundar-se dele. as mulheres dizem 'como ele é bonzinho... ' (hoje mesmo enquanto eu me arrumava ouvi uma delas) e suspiram... (eu também suspiro...) e se derretem todas enquanto tecem suas previsões de um futuro que ninguém sabe. eu só sei que ele leva embora todas as dores, as cólicas, as costas cansadas, os ombros cansados. a contabilidade da vida geral, a profundidade do meu vinco entre as sobrancelhas, a tristeza daquelas flores no vestido de madeira. ela sempre se alegrava quando o via, soltava sua estridente risada característica, um hu-hu-hu-hu-hu esquisitíssimo, depois, dizia 'oooolha!' e abria os braços para recebê-lo, enquanto, sempre, sempre, perguntava 'quem é esse menino gordo?' esse menino gordo é a paz, querida. é a paz esse menino gordo.
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6 comentários:
bem entendo essa paz que vem de crianças... uma delícia, né? bisou
Vida eterna é isso.
Marie,
e não é que descobri este seu esconderijo aqui?! Só hoje?!
Que delícia! E vc já tinha deixado pistas lá no 32. Que legal!! Vou vir te visitar mais vezes. A-DO-RO TE LER!
Não conheço o Bolota, mas também o adoro! hihi
Como a alegria e a doçura dos pequenos nos fazem bem... um bem enorme! lindo Ana. Um afago para esta bolinha de luz.
Lindo, Marie. Eu nem sabia que você tinha voltado a escrever aqui. Estou adorando, entre quase chorar e um riso constante, estou lendo aos pouquinhos.
Com amor,
Pipa
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