botânica não é uma coisa linda? pois acho botânica uma coisa
linda. cresci vendo minha mãe guardando sementes, e também animaizinhos, em
potes de vidro, e depois me contando sobre eles (aliás, ontem mesmo, encontrei
um inseto incrivelmente diferente e o meti num pote de vidro - a gente pega os
hábitos...). qualquer dúvida era (e é):’mãe?...’, e ela respondia (e reponde
tudo). o que não era (e não é) diferente com meu pai. ambos são biólogos. eu,
apesar de ter resolvido ficar nas humanidades (na, verdade, foi minha segunda
opção - quando nossa primeira opção não acontece, acabamos ficando com o que se
tem mesmo - é a vida, infelizmente) muito me atraio pelas biologias.
quando criança sempre folheava os inúmeros livros de botânica
que temos em casa e me encantava muito com tudo aquilo. no dia de hoje,
especialmente, queria passar a tarde a folhear esses livros de plantas, ver as
imagens, as estruturas, pensar em seu funcionamento (botânica é poesia). mas
existe o pó. a poeira velha que se deitou sobre todos esses livros que temos e
à qual sou extremamente alérgica. e, além disso, hoje é agosto. e agosto é,
para mim, um mês bastante difícil. eu não respiro em agosto. não temos chuvas
por aqui neste mês e, para piorar as situações, temos cinzas que caem dos céus.
temos chuvas de cinzas. é a queima de cana, que é proibida mas ainda acontece. coisas
de dinheiros, sabemos disso. e então, assim, nós, os alérgicos residentes nesta
divisa de são paulo com minas gerais, ficamos sem respirar até que chegue a
primavera.
mas, se não posso pular agosto no calendário – já que agosto
é inevitável (agosto infinito), posso, pelo menos, fazer uma nova coleção de
botânica. e a farei sim.
Um comentário:
bonito pensar que, quando eu era criança, filha de biólogos, a folhear livros de biologia, haveria na outra ponta do estado uma outra menininha, também filha de biólogos, a folhear livros de biologia... e a gente se encontrou, inevitavelmente.
bisou.
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